Em 1923 começou uma nova era para o velho Dormitório Fradesco, embora a sua vocação humanística se mantivesse: deixou de ser uma Maternidade/Creche, onde se cuidava do bem-estar dos seus pequenos utentes, para se transformar numa Escola onde se proporcionava formação intelectual e pessoal aos alunos que a frequentavam.
O Estabelecimento de Ensino que veio instalar-se neste edifício foi a Escola Industrial de Avelar Brotero, cujas dependências, situadas junto do claustro do Jardim da Manga, haviam sido destruídas por um incêndio de grandes proporções em Janeiro de 1917.
Entre este ano e 1923, a Avelar Brotero conheceu um período difícil, porque a distância a que ficavam as oficinas (que permaneceram no Jardim da Manga, em barracões provisórios) dos restantes serviços da Escola (instalados, temporariamente, na Casa das Obras Públicas) se refletiu negativamente no rendimento dos alunos e na própria frequência, que registou uma sensível diminuição.
Para ultrapassar estas dificuldades que atingiam uma prestigiada instituição de ensino de Coimbra, o Governo determinou em abril de 1923 que a Escola de Avelar Brotero passasse a ocupar o edifício da Maternidade, enquanto esta era transferida para a Casa das Obras Públicas, localizada no terreno onde hoje se ergue a sede da Associação Académica.
Juntamente com a Avelar Brotero foi também transferido para o antigo Dormitório de Santa Cruz o Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, tendo as instalações sido partilhadas entre estas duas instituições, a Creche e a 2ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública.
A extinção do Instituto Industrial e Comercial de Coimbra, ocorrida em 1926, permitiu a expansão da Escola e, após várias diligências levadas a cabo pela sua Direção, foi afastada, ainda em 1926, a Esquadra da Polícia.
Finalmente em 1932 foram entregues as dependências ocupadas pela Creche e, desta forma, pôde a Avelar Brotero alargar o seu espaço e instalar condignamente oficinas e outros serviços.
A Escola Industrial e Comercial Brotero ficará neste edifício até 1958, ano em que muda para as novas instalações, situadas no Calhabé, uma vez que o velho edifício já se revelava insuficiente face ao número crescente de alunos que frequentavam a Escola Brotero.